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Castlevania | Warren Ellis pode não retornar ao anime após quarta temporada

Criador e roteirista está envolvido em acusações de abuso

Após acusações de abuso, Warren Ellis pode não retornar ao anime de Castlevania após quarta temporada

Acusado de abuso emocional por diversas mulheres, Warren Ellis pode não participar das próximas temporadas de Castlevania. De acordo com fontes consultadas pelo THR, o criador e roteirista do anime da Netflix já completou seu trabalho no vindouro quarto ano da produção e não deve retornar para possíveis novos episódios.

Vale lembrar que a DC Comics cancelou Legends of The Dark Knights, HQ do Batman que teria roteiro de Ellis, após o surgimento das denúncias contra ele em junho. O escritor admitiu que “fez escolhas ruins”, se desculpou por “machucar algumas pessoas profundamente”, mas disse nunca ter se visto como alguém influente e que jamais “coagiu, manipulou ou abusou de ninguém conscientemente”.

Baseado na famosa franquia dos games, Castlevania acompanha Trevor (Richard Armitage), o último sobrevivente do clã Belmont, que tenta salvar a Europa Oriental da extinção pelas mãos de Vlad Dracula Tepes (Graham McTavish). O elenco de voz também inclui James CallisEmily SwallowMatt FrewerTony Amendola Alejandra Reynoso.

As três temporadas de Castlevania estão disponíveis na Netflix.

Cobra Kai, continuação de Karatê Kid, chega à Netflix em agosto

Série do Youtube foi comprada pelo Streaming, que também produz uma terceira temporada

Cobra Kai, série do Youtube que continua Karatê Kid

As duas primeiras temporadas de Cobra Kai ganharam data para estrear na Netflix. A série, que continua Karatê Kid com o elenco original 30 anos após os filmes, chega ao catálogo do streaming em 28 de agosto.

Enquanto Cobra Kai foi um enorme sucesso para a emissora original Youtube, a série foi a única produção original do serviço a realmente dar certo. A mudança veio após o Youtube anunciar que pretende parar com as séries originais e roteirizadas. Assim, se iniciou uma briga pelos direitos de exibição do projeto, com a Netflix saindo como vencedora. Segundo fontes da Variety, o streaming já havia tentado comprar o projeto logo na época da segunda temporada, exibida em 2019.

O seriado é ambientado 30 anos após o fim da franquia de filmes, acompanhando a rivalidade de Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e Johnny Lawrence (William Zabka) ressurgindo e passando para uma nova geração de lutadores.

A terceira temporada levará à trama para o Japão com a jornada de LaRusso para conhecer a história de seu mestre, o Sr. Miyagi (Pat Morita). Enquanto isso, nos Estados Unidos, Lawrence lidará com a ameaça de seu antigo sensei, John Kreese (Martin Kove). A Netflix ainda não anunciou data para os episódios inéditos.

Macchio e Zabka também assumem como produtores, enquanto Josh Heald (A Ressaca 2), Jon Hurwitz (American Pie: o Reencontro) e Hayden Schlossberg (American Pie: o Reencontro) são responsáveis pelo roteiro.

O que é o Jogo da Lava e, afinal, quem é Tim Sullivan?

Game show que estreou no Top 10 da Netflix diverte ao reinventar brincadeira infantil

Dentre as inúmeras produções que chegaram à Netflix em junho, uma das que mais chamou atenção — pelo inusitado — foi um certo Jogo da Lava (The Floor is Lava), que desde a sua estreia está no Top 10 dos mais vistos na plataforma, dividindo espaço com apostas mais certeiras como a última temporada de Dark, o soft porn 365 Dias ou o thriller de ação Bala Perdida.

Mas, afinal, qual é a graça que as pessoas estão vendo nesse tal Jogo da Lava? Apresentado por Rutledge Wood, o game show nada mais é do que uma reinvenção da brincadeira infantil que consiste em se locomover por um cômodo imaginando que o chão é feito de lava.

No reality, essa premissa é traduzida de forma quase literal. Nele, três equipes formadas por três familiares ou colegas precisam atravessar um cômodo inundado por lava falsa. Cada episódio tem como cenário um ambiente temático, como museus e planetários, criando diferentes obstáculos para seus participantes. A equipe que conseguir levar o maior número de participantes com o menor tempo leva pra casa o prêmio de US$ 10 mil. Imagine uma mistura de Olimpíadas do Faustão com as provas do Líder do BBB, só que incrivelmente mais viciante.

Já disponível na Netflix, a primeira temporada conta com 10 episódios de aproximadamente 40 minutos. 

Quem é Tim Sullivan, homenageado no Jogo da Lava?

Além de se perguntar que graça as pessoas — ou você mesmo — viram nisso, um do mistérios que surgem logo após a conclusão do primeiro capítulo de Jogo da Lava é quem é Tim Sullivan, cuja morte é lembrada na cena de créditos finais e cujo nome teve um pico de buscas no Google logo após a estreia da série?

Figura desconhecida do grande público, Tim Sullivan foi um dos produtores executivos de Jogo da Lava. Veterano do formato de game show, ele participou de produções como Top Chef Project Runnaway. Ele morreu aos 42 anos, em 18 de maio de 2019, após uma longa batalha contra o câncer.

Para custear seu combate à doença, uma campanha de financiamento coletivo no Go Fund Me foi criada em abril, pouco mais de um mês antes de seu falecimento. A ação passou a receber inúmeras doações após a estreia de Jogo da Lava na Netflix, com fãs engajados para auxiliar a família de Sullivan.

Homenagem a Tim Sullivan em Jogo da Lava, novo game show da Netflix

The Politician pode acabar após 3ª temporada, diz Ryan Murphy

Último ano só seria lançado após hiato de pelo menos dois anos

The Politician pode acabar após 3ª temporada, diz Ryan Murphy

Embora uma previsão para a chegada da segunda temporada só tenha sido anunciada nesta quarta-feira (29), Ryan Murphy já tem planos para o terceiro ano de The Politician. E, de acordo com o criador da série, esta pode ser a última temporada do programa da Netflix (via Collider).

Eu gostaria, e acho que todos os envolvidos gostariam, de encerrar a série na terceira temporada”, disse o produtor, que também afirmou que gostaria de dar um intervalo de dois anos entre o segundo e o terceiro ano“para que o Ben Platt (protagonista da série) ficasse mais velho para sua eleição final”. Para Murphy, o passo natural é que a série termine mostrando Payton em busca do cargo de presidente dos Estados Unidos. “Isso foi o que sempre imaginamos e nosso plano atual”.

A primeira temporada da série da Netflix conta a história de Payton Hobart (Ben Platt), um estudante rico de Santa Bárbara, Califórnia, determinado a se tornar o Presidente dos Estados Unidos. Mas primeiro ele terá que navegar pelo cenário político mais traiçoeiro de todos: a Saint Sebastian High School. 

Completam o elenco nomes como Gwyneth Paltrow, Jessica Lange, Zoey Deutch, Lucy Boynton, January Jones, David Corenswet, Judith Light e Bette Midler. 

A primeira temporada está disponível na Netflix e o segundo ano ainda não tem previsão de estreia. 

Apocalipse V, série de vampiros com Ian Somerhalder, é cancelada

Netflix cancela também October Faction

Apocalipse V, série de vampiros com Ian Somerhalder, é cancelada

Apocalipse-V, série de vampiros com Ian Somerhalder (Vampire Diaries), foi cancelada pela Netflix após uma temporada. O anúncio, divulgado pela THR, foi feito em conjunto com o cancelamento de October Faction, produção também baseada em HQs da IDW, que também só teve um ano. 

Inicialmente publicada em 2012 nos Estados Unidos, Apocalipse-V é ambientada na Primeira Guerra Vampiresca e acompanha o doutor Luther Swann (Somerhalder), que é forçado a encarar uma nova realidade quando Michael Fayne, seu melhor amigo, é infectado e torna-se uma das criaturas. 

October Faction, protagonizada por Tamara Taylor e J.C. MacKenzie, retrata a vida de um casal que trabalha como caçadores de monstros. 

Os cancelamentos foram anunciados no mesmo dia em que a Netflix confirmou a 2ª temporada de Locke & Key, também baseada em HQ da IDW.

Pokémon: O Filme | Vídeo compara a versão original com remake da Netflix

Plataforma de streaming lançou nova versão de Mewtwo Contra-Ataca em 2020

Pokémon: O Filme | Vídeo compara a versão original com remake da Netflix

Lançado em 27 de fevereiro, Pokémon: Mewtwo Contra-Ataca EVOLUTION, remake do primeiro filme da franquia Pokémon produzido pela Netflix, basicamente recriou quadro-a-quadro o longa original, desta vez com animação de computação gráfica.

Do voo rasante do Dragonite que entrega o convite de Mewtwo a Ash, Misty e Brock à tocante cena em que Pikachu lamenta a petrificação de seu treinador, EVOLUTION não deixou passar uma cena sequer do filme de 1998.

Confira abaixo uma comparação entre a versão original e o remake da Netflix:

Lançado originalmente em 2000 no Brasil, o longa conta a história de Mewtwo, um pokémon criado artificialmente a partir do DNA do lendário Mew. Enraivecido por ser apenas o produto de um projeto científico, a criatura se rebela contra seus criadores e destrói o laboratório em que foi gerado. A partir daí, seu caminho se cruza com Giovanni, chefe da terrível Equipe Rocket, e com Ash, treinador que sonha em ser o Mestre Pokémon.

Rebatizado de Pokémon: Mewtwo Contra-Ataca Evolution em referência ao título original do longa, o remake – produzido pela OLM, mesmo estúdio da versão original – chegou à Netflix em 27 de fevereiro.

Netflix anuncia novas produções coreanas; confira a lista

Reality, crime, ficção científica, romance, dramas e mais

Netflix anuncia novas produções coreanas; confira a lista

A Netflix anunciou a chegada de oito novas produções sul-coreanas ao catálogo do streaming em 2020. A nova leva traz filmes e séries de vários gêneros: reality, crime, ficção científica, romance e dramas, entre outros.

A plataforma divulgou uma lista com as novidades e que inclui também lançamentos recentes, como a segunda temporada de Kingdom, série de zumbi que mistura terror gráfico e drama histórico, títulos que serão lançados em breve, como Rugal e romances como O Rei Eternoe produções ainda em desenvolvimento, como o live action de Sweet Home, previsto para este ano. Veja a lista completa abaixo:

ITAEWON CLASS – Já disponível

Netflix/Divulgação

Park Saeroyi não se curva a ninguém. Ele está determinado a viver sua vida, conquistando tudo o que deseja. Jo Yi-seo é uma sociopata com QI de 162 pontos. Yi-seo brilha em tudo o que faz, seja nos estudos ou nos esportes. Seu objetivo na vida estava muito claro até conhecer Saeroyi, seu completo oposto. A história deles se desenrola no pequeno bairro de Itaewon.

HIENA – Já disponível

Netflix/Divulgação

Jung Geum-ja é como uma erva daninha num jardim de advogados. Ela vai usar todos os seus truques sensuais para ganhar dinheiro, mesmo que seus métodos sejam cruéis. Yoon Hee-jae nasceu dentro das elites. Ele é um renomado advogado com um ego à altura, uma orquídea em pleno florescimento. Esses dois não podiam ser mais diferentes, mas se transformam em hienas a serviço dos seus clientes de classe alta.

HOLO, MEU AMOR – Já disponível

Netflix/Divulgação

Holo é uma inteligência artificial holográfica que pode ser vista com óculos especiais. Ele é a companhia perfeita: inteligente, gentil e totalmente customizável. Ainda tem a mesma aparência de seu lrabugento criador Nando. Enquanto tenta evitar ser capturado pelas mãos erradas, Holo coloca os óculos em So-yeon, uma mulher gentil, porém reservada. So-yeon conhece o Holo ‘perfeito’ e o Nando rabugento.

HOSPITAL PLAYLIST – Já disponível

Netflix/Divulgação

Hospital Playlist explora a química entre 5 amigos que se mantêm próximos desde que cursaram a faculdade de medicina juntos há 20 anos. Song-hwa é a verdadeira líder espiritual do quinteto. Seok-hyeong é um solitário recluso, enquanto Ik-jun se descreve como um “operador interno”, se destacando tanto academicamente quanto socialmente. Jun-wan é um cirurgião excelente, mas uma pessoa infeliz. Jeong-won é sempre educado e atencioso no trabalho, mas na vida particular é um cara muito nervoso.

KINGDOM – Já disponível

Netflix/Divulgação

Após a epidemia de uma praga misteriosa transformar Joseon no caos, a 2ª temporada de Kingdon acompanha o plano maligno da família Cho para tomar o reino se fortalece ainda mais. Em uma tentativa desesperada de salvar o povo dos ataques, o príncipe herdeiro trava uma batalha sangrenta para combater os vivos e deter os mortos.

UMA SEGUNDA CHANCE – Já disponível

Netflix/Divulgação

Cha Yu-ri tem sido um fantasma desde que morreu há 5 anos. Ela deixou seu marido, Cho Gang-hwa, e a filha deles. Para se tornar humana novamente, Cha Yu-ri realiza um projeto de reencarnação de 49 dias. Cho Gang-hwa trabalha como cirurgião torácico. Ele se casou com outra pessoa após a morte de Cha Yu-ri. Agora, sua ex-mulher reaparece na frente dele.

RUGAL – 28.03

Netflix/Divulgação

Kang Gi-beom era um investigador na unidade de crimes violentos, suspeito de ter matado sua própria mulher. Seus olhos foram cortados com uma navalha depois que ele testemunhou o assassinato dela nas mãos do grupo terrorista ARGOS. Quando pensa que tudo está perdido, ele é abordado por Choi Geun-cheol, diretor executivo da Rugal, uma organização especial dedicada ao único objetivo de erradicar ARGOS.

TEMPO DE CAÇA – 10.04

Netflix/Divulgação

Em uma cidade distópica sem esperança, Jun-seok é liberado da prisão e planeja um recomeço com seus amigos Jang-ho, Ki-hoon e Sang-soo. Mas o entusiasmo deles pelo plano dura pouco, pois um homem desconhecido os persegue. Será que esses melhores amigos conseguirão escapar da caça?

EXTRACURRICULAR – 29.04

Netflix/Divulgação

Extracurricular é sobre estudantes do ensino médio que escolheram o crime para ganhar dinheiro e acabaram se expondo a um risco extremo. Determinado a conseguir dinheiro para pagar sua faculdade sozinho, Oh Jisoo comete um sério delito. Bae Gyuri, colega de escola de Jisoo, e Seo Minhee também se envolvem. Suas escolhas ruins trazem consequências irreversíveis.

O REI ETERNO – 04.2020

Netflix/Divulgação

O Rei Eterno é um drama romântico de fantasia que leva o gênero a um novo patamar. A série gira em torno das relações do povo de dois universos paralelos. O Rei Lee Gon procura selar o portal entre dimensões, enquanto Jung Tae-eul, uma inspetora policial, simplesmente quer proteger a vida dos outros e de quem importa.

IT’S OKAY TO NOT BE OKAY – 06.2020

Netflix/Divulgação

It’s Okay to Not Be Okay é sobre um romance inusitado entre duas pessoas que acabam curando as feridas emocionais e psicológicas uma da outra. Moon Gang-tae é um cuidador que trabalha em uma ala psiquiátrica e que não se preocupa em acreditar no amor. Go Moon-young é uma escritora de livros infantis que não sabe nada sobre o amor.

TWOGETHER – 2020 (em produção)

Netflix/Divulgação

Duas celebridades de Seul e Taipei visitam várias cidades na Ásia para conhecer seus fãs e se tornarem amigos.

SWEET HOME – 2020 (em produção)

Sweet Home/Reprodução

Adaptação live action do popular webtoon, Sweet Home acompanha Hyun-soo, um estudante recluso do ensino médio, se muda para um antigo complexo de apartamentos chamado Green Home após a trágica morte de toda a sua família. Ele percebe que os moradores estão presos e cercados por monstros em várias formas de desejos distorcidos, prestes a destruir a humanidade.

The Last Kingdom | Quarta temporada estreia em abril na Netflix

Nova temporada terá 10 episódios

Quarta temporada de The Last Kingdom estreia em abril na Netflix

A quarta temporada de The Last Kingdom ganhou uma data de lançamento: o novo ano da série estreia em 26 de abril na Netflix. O anúncio foi feito através do perfil oficial da série no Twitter. Confira:

Nos 10 episódios do quarto ano, a série adaptada dos romances de Bernard Cornwell deve cobrir os eventos dos livros O Guerreiro Pagão e O Trono Vazio, sétimo e oitavo volumes das Crônicas Saxônicas.

A história de The Last Kingdom é inspirada nas Crônixas Saxônicas de Bernard Cornwell e acompanha a história de Uhtred, interpretado por Alexander Dreymon. São novidades no elenco da temporada Stefanie Martini, que fará o papel de Eadith, interesse amoroso de Aethelred (Toby Regbo) e Jamie Blackley, que será Eardwulf, braço direito do personagem de Regbo.

Insatiable – 2ª temporada | Crítica

Controversa sátira da Netflix tenta apagar incêndios no segundo ano, mas a perda já é total

Insaciável Netflix

Quando estreou, ano passado, Insatiable (Insaciável) tinha enfrentado uma onda impressionante de rejeições precipitadas, que se tornaram depois rejeições qualificadas. Tendo passado por protestos e petições baseadas apenas no trailer, a série já chegou à Netflix com uma reputação ruim. Porém, após alguns episódios ficou claro que as críticas não eram infundadas. 

Se a premissa da garota do High School que é infeliz e miserável por ser gorda e é aceita ao se tornar magra já era discutível, o resultado final reiterou a negatividade. Incapaz de imprimir o que  pretendia na essência da série, a criadora Lauren Gussis ficou perdida numa temporada recheada de piadas de mau gosto, sátira indetectável e perigosas mensagens. Insatiable não conseguia compensar seus erros com os poucos acertos de atuação ou as poucas piadas não-ofensivas que surgiam para nosso alívio em um momento ou outro. Dado ao absurdo, a série parecia querer absorver o melhor da ironia e do sarcasmo, mas na hora de realocar essas coisas com o planejamento da temporada, não resistia a posicionamentos vazios e a incompetência textual, que se debatia para fazer humor de humilhação num momento em que não estamos mais dispostos a aceitar formas nocivas de se contar uma história. Insatiable acabou humilhada.

Os problemas de condução já tinham sido anunciados com trombetas estridentes. Lauren, a criadora, baseou a série num artigo do New York Times sobre um abastado treinador de candidatas a concursos de beleza. A fragilidade do argumento era tanta que uma lida na tal matéria revela quase nenhuma semelhança entre original e derivado. Junte isso ao fato de Lauren ter assumido a produção executiva principal da série Dexter justamente a partir do ano 5, quando as coisas por lá começaram a seguir por um caminho sem volta. O erro se repetiu em Insatiable… A série começou com a ideia da menina gorda que emagrece e se vinga, mas duas temporadas depois os roteiros não respeitam essa premissa e oferecem aos personagens situações que não acrescentam em nada e em alguns casos, atrapalham o que ficou estabelecido.

“Indigestable”

É difícil defender essa produção, é claro. Mas, é possível reconhecer parte de seus progressos. Se na primeira temporada a história de Patty (Debby Ryan) não demora a superar a vingança do High School para se tornar uma narrativa do absurdo; nesse segundo ano só lembramos de como tudo começou porque Patty fala em estar com fome a cada dois minutos. Fora isso, a narrativa se estabilizou nos conflitos dos concursos de beleza (os melhores, realmente) e com eles no centro dos acontecimentos, fica difícil retornarmos ao plot original. Talvez por saberem disso, os responsáveis pararam de lutar contra a correnteza e foram abraçando essa dinâmica. Palcos, vestidos, concursos, intimidações, crimes… Tudo que esperamos de uma novela teen que passaria na parte da tarde da TV.

A questão é que Lauren escolheu o crime como travessia definitiva da série para o campo do absurdo e se a personagem de Debby já não era nada carismática antes, quando vira uma assassina ultrapassa as últimas fronteiras e se torna só hipócrita. Com a dificuldade tão grande de revelar a ironia e o sarcasmo das cenas, em muitos momentos além de hipócrita, Patty e seus parceiros de cena também soam ridículos. Enquanto em produções como Glee a ironia e o humor de insultos parecem críticas veladas saídas das bocas de alienados, em Insatiable tudo parece uma confirmação e não um contraponto. O roteiro quer que nos identifiquemos com Patty, mas quando ela começa a matar “por causa de seus problemas”, ela só soa mais irritante e idiota. É impossível compreender seus motivos para a verdadeira chacina que promove, enquanto para o roteiro é muito legal que uma miss tenha se transformado numa quase serial killer. Aliás, Lauren não sabia falar de serial-killers e tampouco sabe falar sobre conflitos humanos reais. Era para ser uma sátira sobre a doença das competições estéticas, mas lá está a o roteiro romantizando o evento no último momento. Essa é uma série que não sabe o que quer.

A segunda temporada correu atrás de corrigir algumas coisas hediondas da temporada anterior. Já vemos Patty admitindo que perder peso não a transformou numa pessoa melhor, mas logo em seguida, só de pensar em engordar, ela já começa o processo de gordofobia para a qual foi construída. O triangulo amoroso entre os Bobs (Dallas Roberts e Christopher Gorhan) e Coralee (Alyssa Milano) – uma das poucas dinâmicas promissoras da série – se estica até o insuportável e depois fica frouxo como um elástico velho. E ainda não se retrata pela homofobia latente de Bob Armstrong, que foge loucamente da palavra “gay”. No quesito diversidade ela também corre atrás do tempo perdido, destacando o crescimento de atores e personagens que tenham essa responsabilidade. Contudo, mesmo com dois episódios a menos, os coadjuvantes permanecem estridentes e o mistério estabelecido enfrenta uma quantidade imensa de arestas desnecessárias e que impedem a fluidez da narrativa.

Enfim, ainda que a audiência de Insatiable tenha sido muito boa na primeira temporada, um cancelamento foi esperado… e não veio. 13 Reasons Why, que também causou repulsa em alguns, acabou chegando até o ano 4 (que está por vir). No Season Finale a última fronteira é atravessada, a expectativa aumenta, mas as previsões não são otimistas. Insatiable não tem nada de suculenta e não dá muita vontade de ir para o próximo pedaço.

Insatiable Em andamento (2018- )

Criado por: Lauren Gussis

Duração: 2 temporadas

(Des)encanto – 2ª parte | Crítica

Do Inferno ao mundo steampunk, série expande ainda mais o seu universo, mas perde fôlego com tramas paralelas

Imagem de (Des)encanto

Quem acompanha o trabalho de Matt Groening sabe que o criador de Os Simpsons e Futurama costuma brincar como ninguém com personagens mundanos e problemas do dia-a-dia, mesmo dentro das histórias mais fantasiosas. Quando a primeira parte de (Des)encanto chegou à Netflix, fomos apresentados a um estranho mundo medieval com magia, criaturas fantásticas e personagens com atitudes ainda mais questionáveis do que estamos acostumados a ver em suas obras. Dentro do seu formato já conhecido, foi uma estranha e agradável surpresa.

Os primeiros capítulos da segunda parte se propõem a desamarrar os nós deixados pelos 10 primeiros episódios. Conforme segue a linha narrativa principal, os capítulos fluem com naturalidade. O humor sarcástico do texto supervisionado por Groening faz com que não só a princesa Bean, mas Luci, Elfo e Rei Zog ganhem ainda mais destaque, cada um com uma piada mais infame do que a outra.

Enquanto a primeira parte funcionou mais como uma apresentação dos personagens ao público, foi apenas em seus momentos finais, com a busca pela criação do Elixir da Vida, que a trama ganhou mais agilidade. Após consolidar os papéis de cada um na história, os novos episódios têm como foco expandir ainda mais o universo de (Des)encanto, levando a viagens marítimas, celestiais (as passagens pelo Paraíso e o Inferno guardam alguns dos melhores momentos da temporada) e até uma visita ao mundo steampunk, tão explorado nos anos 1980 e 1990.

Mesmo com mais espaço para desenvolver os protagonistas, é nesse processo que os novos capítulos deixam a desejar. Conhecemos um pouco mais de Bean e sua necessidade de se encontrar na sociedade arcaica de Dreamland; Rei Zorg luta para sobreviver à nova vida sem suas rainhas e até mesmo o irmão-anfíbio Derek expõe seus sentimentos mais íntimos, mas toda a construção é feita com tramas paralelas sem o mesmo encanto que a narrativa principal. Apesar de cada um dos protagonistas ganhar personalidades mais bem definidas, a possibilidade de fazer episódios um pouco mais longos dentro do serviço de streaming não se encaixou com o material em mãos do showrunner Josh Weinstein. Alguns trechos parecem estar lá apenas para completar o tempo de 27 a 30 minutos.

Assim como na primeira parte, as referências a outras obras de cultura pop seguem presentes nos novos capítulos, de Game of Thrones a Ghost: Do Outro Lado da Vida. E não teria o dedo de Groening sem as críticas nas entrelinhas à sociedade estadunidense, sobrando até para o serviço público de saúde.

Mesmo com pontos negativos, a segunda parte tem ótimos momentos e deixa um gancho que promete explorar ainda mais os mistérios desse universo. Bean ainda tem muito a resolver – seja no reino de Dreamland ou consigo mesma – e (Des)encanto tem carisma de sobra para prender a atenção por mais algumas temporadas.

(Des)encanto Em andamento (2018- )

Criado por: Matt Groening, Josh Weinstein

Duração: 2 temporadas