Hereditário

Filme de horror disruptivo brinca com as convenções do gênero em chave farsesca

Como um bom filme de estreia, cheio de ideias e coisas a articular, Hereditário faz a maior quantidade de escolhas possíveis orientado por quebras de expectativa. O roteirista e diretor Ari Aster transita da farsa ao absurdo num esforço intenso de subverter e ao mesmo tempo aderir ao que se espera de uma história de horror.

Nesse sentido, Hereditário opera numa chave oposta a filmes como A Bruxa, também lançado pela distribuidora A24 nos EUA (falamos do lançamento e de expectativa em um artigo separado aqui); enquanto A Bruxa tem pretensões de filme de horror “elevado” e não cede fácil às catarses de gênero, Hereditário renega, acima de tudo, a sobriedade do registro naturalista. Acompanhamos a história de uma família de classe média alta em luto – a partir do velório da avó o filme é ladeira abaixo de uma espiral de loucura – numa sucessão de aproximações lúdicas com as convenções do gênero.

É como se Aster observasse as coisas de cima, numa metanarrativa. Essa postura fica logo clara, mesmo porque o filme já a apresenta como “aviso” ao espectador, quando o traveling inicial introduz a casa na árvore no terreno da família Graham, depois entra pelo quarto de trabalho de Annie (Toni Collette), profissional de miniaturas realistas, e termina entrando na casa de bonecas de uma das maquetes de Annie, de onde parte a ação do filme. Essas camadas já são o primeiro indício de que Hereditário passará longe do naturalismo, e a partir disso as variações de tom que Aster exercita ganham ainda mais uma cara de brincadeira de titereiro (cujo sadismo implícito, ademais, se encaixa bem num filme de horror).

É como se Aster fosse um Charlie Kaufman sem a neurose de identidade e cheio de vaidades e vontades de performar. Embora a referência do cineasta seja o horror realista dos anos 1970, como O Bebê de Rosemary, seu filme se aproxima mais da obra pós-setentista de cineastas autoconscientes do horror, como Wes Craven. Hereditário não é exatamente um filme de lento construir de suspense (nesse sentido um filme como The House of the Devil, de Ti West, está muito mais próximo do horror “lento” setentista), porque logo de cara temos bizarrices lynchianas como o pássaro decapitado ou o fogo no jardim. Não são exatamente aqueles momentos de catarse que fazem as pessoas saltar da poltrona, mas são sem dúvida elementos de disrupção que não têm nada a ver com o naturalismo de um suspense que se pretende cauteloso.

Aster inclusive parece rir do realismo. Seus personagens se comportam menos como vítimas de uma tragédia familiar – a filha subjugada pela mãe autoritária, a maternidade forçada, o matrimônio sem comunicação – do que como imitações caricatas de figuras trágicas, presas na metanarrativa (não por acaso o filho de Annie estuda tragédia na aula de literatura no colégio). Mãe, marido e filhos andam e reagem a estímulos como sonâmbulos histéricos, numa versão mais divertida de Beleza Americana que ironiza a autoimportância que a classe média alta americana atribui a si mesma. Gabriel Byrne inclusive parece que nunca havia visitado antes a casa onde o filme se passa, e ele quase apanha da escada do sótão quando tenta manuseá-la.

Se Hereditário provoca risos na plateia, como se relata desde sua estreia nos EUA, isso pode acontecer não apenas pelo caráter francamente cômico da caricaturização dos personagens e da narrativa farsesca, mas também porque talvez fique claro para o espectador que Aster esteja rindo por dentro quando filma suas sangueiras com evidente satisfação. A partir da metade, inclusive, o filme se orienta pelo prazer do medo e passa a entregar situações pensadas pela variedade e pelo arrojo (as câmeras ficam mais acrobáticas, a música sobe mais). Aster faz um movimento de readmitir estruturas consagradas do gênero (como o terceiro ato que investiga motivos e históricos) mas de forma transversal, via absurdo e estilização, como as intervenções novidadeiras de computação gráfica.

De certa forma, de todos os parentescos que Aster esboça em seu impulso cinefílico, talvez Hereditário se aproxime mais de outro terror recente que subverte a lógica naturalista em favor da farsa: a versão de Adam Wingard para Death Note. Nos dois filmes, embora a caricatura tenha um efeito cômico imediato muito claro, no fundo ela reflete uma preocupação em preservar um efeito duradouro de disrupção. São duas tragicomédias de horror que acima de tudo estão rindo da sua capacidade de jogar com regras e expectativas do riso e do desconforto.

Hereditário

Hereditary

Ano: 2018

Classificação: 16 anos

Duração: 106 min

Direção: Ari Aster

Roteiro: Ari Aster

Elenco: Toni Collette, Gabriel Byrne, Alex Wolff

Nota do Crítico:fourhandsÓtimo

Super Pets | Time de animais heróis da DC vai ganhar filme

Projeto da Warner Bros. está nas mãos do roteirista de LEGO Batman

A Warner Bros. contratou o roteirista Jared Stern (LEGO Batman) para criar uma adaptação para os cinemas de Super Pets, o time de heróis animais da DC. A informação é do Collider.

O time inclui, além do cachorro do Superman Krypto, o Super-cavalo, o Super-macaco e o gato Streaky, entre outros, e foi reunido pela primeira vez na Adventure Comics #293, de fevereiro de 1962. O grupo também ganhou uma animação pelo Cartoon Network.

Não há informação se o roteiro terá como base os quadrinhos clássicos ou a versão animada.

Ilha da Fantasia | Blumhouse fará filme baseado na série

Jeff Wadlow, de Verdade ou Desafio, comandará produção

A Sony Pictures e a Blumhouse planejam fazer um filme baseado na série dos anos 1970, Ilha da Fantasia, de acordo com o Deadline. O diretor Jeff Wadlow, que recentemente lançou Verdade ou Desafio, comandará a produção e assinará o roteiro ao lado de Chris Roach e Jillian Jacobs.

A série original mostrava pessoas que visitavam a ilha comandada pelo Sr. Roarke (Montalban), para vivenciar uma fantasia. Os casos variavam de uma leitora que queria conhecer Heathcliff, o personagem de O Morro dos Ventos Uivantes, a uma garota que perdera a chance de se tornar patinadora olímpica. No final havia, também, uma lição a ser aprendida. Toda a fantasia era presidida por Roarke e seu ajudante Tatoo.

Alan Moore se inspira no mundo de Lovecraft para criar HQ

HQ será lançada este mês no Brasil

A Panini lança este mês Providence, publicação escrita por Alan Moore e desenhada por Jacen Burrows. A HQ mostra uma versão de Alan Moore para o mundo assustador criado por Lovecraft. Confira:

Robert Black continua sua busca por uma história, mas tudo que encontrou é um mundo de miséria e desgraça. A cada passo, ele se torna um homem quebrado, que começa a aceitar que horrores dignos de pesadelo são reais e se escondem da vista de todos apenas pelo fino véu da sanidade.

O volume de 184 páginas contém Providence 5 a 8.

The Romanoffs, nova série do criador de Mad Men, ganha teaser

Atração estreia em 12 de outubro

A série The Romanoffs, novo projeto de Matthew Weiner, criador de Mad Men, teve um teaser divulgado. O vídeo não apresenta nenhuma imagem da série, mas revela o nome do elenco e de diversos atores e atrizes que farão participações na atração.

A atração será a uma antologia de oito episódios com uma hora de duração, produzida para a Amazon. A trama será ambientada nos dias de hoje, mostrando a vida de pessoas espalhadas pelo mundo que acreditam ser descendentes da família real russa, que perdeu o poder em 1917 após os revolucionários bolcheviques executarem o Czar Nicolau II, sua mulher Alexandra e os cinco filhos deles – saiba mais.

Andre Jacquemetton, Semi Chellas e Maria Jacquemetton, produtores executivos de Mad men, também estão no projeto. The Romanoffs foi filmada em três continentes e sete países. Cada história acontece em um novo local com um novo elenco. Weiner afirmou ainda que o orçamento da série ficou em US$ 50 milhões divididos pelos oito episódios – saiba mais.

O elenco inclui Christina Hendricks e John Slattery, ambos de Mad Men, e segue com Aaron Eckhart, Diane Lane, Paul Reiser, Isabelle Huppert, Corey Stoll, Andrew Rannells, Jack Huston e Amanda Peet.

Entre os convidados estão Noah Wyle (Falling Skies), Kathryn Hahn (Transparent), Kerry Bishé (Halt and Catch Fire), Jay R. Ferguson (Mad Men), Ben Miles (Collateral), Mary Kay Place (Big Love), Griffin Dunne (Imposters), Cara Buono (Mad Men), Ron Livingston (The Conjuring), Jon Tenney (Hand of God), Clea DuVall (Veep) e Radha Mitchell (Silent Hill).

A série estreia em 12 de outubro no Amazon Prime Video.

O Senhor dos Anéis, nova série da Amazon, contrata roteiristas de Star Trek

JD Payne e Patrick McKay entram para o time da adaptação

A Amazon Studios contratou os roteiristas JD Payne e Patrick McKay para desenvolver a série de televisão baseada nos livros de O Senhor dos Anéis, de JRR Tolkien. A dupla está à frente de Star Trek 4, próximo longa da franquia nos cinemas. (via HeroicHollywood)

Payne e McKay divulgaram uma declaração sobre seu novo envolvimento com a série. “O mundo que JRR Tolkien criou está cheio de emoção, sabedoria e complexidade. Estamos absolutamente entusiasmados com essa parceria com a Amazon para trazê-lo à vida novamente. Nós nos sentimos como Frodo, partindo do Condado, com uma grande responsabilidade em nossos mãos – é o começo da aventura de uma vida.

Segundo o comunicado oficial, a trama do seriado acontecerá antes do que foi visto no primeiro filme. “Ambientada na Terra-Média, a adaptação televisiva explorará novas tramas antecedendo A Sociedade do Anel, de J.R.R. Tolkien.

O projeto custou cerca de US$1 bilhão e terá cinco temporadas, com a possibilidade de uma série derivada em aberto. Além disso, especula-se que o primeiro ano mostre o jovem Aragorn – saiba mais. A série de TV de O Senhor dos Anéis deve estrear em meados de 2021.

Netflix não descarta possibilidade de lançar novas séries da Marvel

Executiva de programação falou brevemente sobre futuro dos personagens

Desde a estreia de Demolidor na Netflix, a gigante do streaming e a Marvel Television firmaram uma parceria que gerou todo o universo de heróis ligados pela série Os Defensores. de acordo com Cindy Holland, executiva de programação da Netflix, essa parcela do MCU na televisão pode continuar se expandindo e novas séries originais não estão descartadas. (via ComicBook)

Existe uma discussão contínua sobre se vamos trabalhar personagens adicionais“, disse Holland. A Marvel Television e a Netflix construíram o mundo de Os Defensores em um contrato que previa cinco séries em um universo onde quatro personagens teriam seus programas individuais que acabariam levando a uma reunião de todos eles.

Jessica Jones, Demolidor, Luke Cage e Punho de Ferro já se uniram em uma batalha definitiva contra a entidade denominada a Mão e seus planos para destruir Nova York. Mas, vale pontuar, que o universo da Marvel na Netflix já se expandiu uma vez: a segunda temporada de Demolidor adicionou novos personagens que culminaram na série solo O Justiceiro, que caminha para seu segundo ano.

Entre os fãs dos quadrinhos, há expectativa da Netflix dar vida a algumas super-equipes formadas por personagens já apresentados, desde as Filhas do Dragão até os Heróis de Aluguel.

Supergirl | Revelados títulos dos primeiros episódios da quarta temporada

Série retorna em 14 de outubro

A produção na quarta temporada de Supergirl está caminhando e os primeiros detalhes estão sendo revelados, incluindo os títulos dos quatro primeiros episódios. Confira os primeiros títulos: (via SpoilerTV)

4×01 – “”The American Alien” (“O Alien Americano”)
4×02 – “Fallout” (“Precipitação”)
4×03 – “Man of Steel” (“Homem de Aço”)
4×04 – “Ahimsa” (“Ahimsa”)

O primeiro episódio carrega o mesmo nome da minissérie do Superman assinada por Max Landis – o fato de dois episódios fazerem referência ao herói é motivo de sobra dos fãs se perguntarem se Tyler Hoechlin irá ou não reprisar seu papel como personagem na série.

O quarto capítulo, “Ahimsa”, parece tirar seu nome da tradição indiana, com a palavra referenciando um código de não-violência entre seres vivos.

Supergirl retorna em 14 de outubro nos Estados Unidos. Recentemente, durante a San Diego Comic-Con 2018os episódios inéditos ganharam um trailer que mostra Kara Zor-El (Melissa Benoist) de armadura, e a produção também contratou uma atriz trans para viver a primeira heroína trans da televisão – saiba mais.

No Brasil, a série é transmitida pelo canal pago Warner Channel, e também está disponível no catálogo da Netflix.

Os Inocentes | Guy Pearce fala sobre novo thriller sobrenatural da Netflix

Série estreia em 24 de agosto

Os Inocentes, nova série original sobrenatural da Netflix, teve um novo featurette divulgado, onde atores e diretores falam sobre dinâmica da nova atração.

A série conta com Sorcha GroundsellPercelle Ascott e Guy Pearce no elenco. Confira a sinopse da nova produção: “Recomeçar a vida em Londres acaba sendo muito mais complicado do que June imaginava. Ela se torna alvo de um misterioso plano de sequestro e o nervosismo faz com que seu corpo e sua identidade se transformem de forma inimaginável. Agora, o que importa não é apenas descobrir como… mas por quê?“.

Os Inocentes estreia na Netflix em 24 de agosto.