Doutor Estranho 2 terá estreia de personagem grande no MCU

Kevin Feige cita personagem específico, mas não revela identidade

Doutor Estranho 2 terá estreia de personagem grande no MCU

A sequência de Doutor Estranho marcará a estreia de um personagem importante do MCU, segundo uma declaração de Kevin Feige. Falando em um painel na NYFA, o presidente da Marvel Studios falou sobre a introdução, mas não revelou a identidade do papel:

“O filme do Doutor Estranho, por exemplo, terá novos personagens do MCU que farão sua estreia. Você não espera isso e nem adivinhará quem é, mas nós encontramos um jeito legal de funcionar porque queríamos fazer um tipo específico de filme. E tinha um personagem que sempre quisemos usar que se encaixa muito bem ali”.

No mesmo evento, Feige revelou também que, apesar de não classificar o longa como terror, Doutor Estranho 2 terá cenas assustadoras – leia mais.

Scott Derrickson retorna para a direção em Doctor Strange in the Multiverse of Madness e Benedict Cumberbatch reprisa o papel do Mago Supremo. A sequência começa a ser rodada em 2020, segundo Benedict Wong, o Wong – saiba mais. Além disso, a Feiticeira Escarlate estará presente no longa, que terá conexão com a série Wandavision.

O primeiro filme do Doutor Estranho chegou aos cinemas em 2016 e arrecadou US$ 677 milhões na bilheteria mundial.

The Politician – 1ª temporada | Crítica

Primeira série de Ryan Murphy para Netflix tem momentos impressionantes, mas é desorganizada e inofensiva

Ben Platt e Gwyneth Paltrow em cena de The Politician

No início de 2018, Ryan Murphy anunciou o vencedor da batalha pelo direito de tê-lo no casting de uma poderosa plataforma de streaming: a Netflix. Um milionário acordo de 300 milhões de dólares resultou na ida do produtor e roteirista para o time da gigante. Bastaram alguns meses para os primeiros anúncios de projetos começarem a surgir e The Politician foi prometido como uma sátira política que mostraria pela ousada perspectiva de Murphy como funcionam os valores políticos americanos. A série teria co-criação de Brad Falchuk e Ian Brennan, os mesmos que estiveram com ele em Glee, o que também já antecipava qual seria o tom do projeto.

A última vez que os três estiveram juntos numa produção foi em Scream Queens, que a Fox cancelou após a segunda temporada. Se em Glee a necessidade de acalmar o exagero teatralizado do texto era essencial para que o público se identificasse com as dores dos excluídos da escola, em Scream Queens os três escreviam para o gênero slasher, que já é originalmente inverossímil. O resultado foi o descontrole total dos níveis de surrealismo sempre tão presentes no trabalho deles. Scream Queens passou de uma primeira temporada provocativa e interessante, para uma segunda temporada tosca, bagunçada, desnecessária. As vozes do trio de roteiristas são altas demais em alguns momentos e para que não estourem os tímpanos da realidade, precisam de uma boa amarra humana.

The Politician tem muitas razões para funcionar num âmbito mais realista. Estamos num momento em que a sociedade americana luta para que o voto (que lá nos Estados Unidos não é obrigatório) seja parte dos deveres conscientes de cada cidadão. Murphy, que tem um trabalho árduo em fazer com que sua obra seja engajada, criou imensas expectativas quando anunciou um produto que falaria justamente sobre política. Estava estabelecido o contraste, então. O roteirista tinha muito a dizer, precisava que todos ouvissem.  Ao mesmo tempo, quando reunido com seus parceiros, não resiste ao exagero e ao excesso de alegorias. The Politician resultou em uma série com muitas coisas importantes a serem ditas, mas incapaz de garantir que o espectador tenha paciência de enfrentar o que fosse necessário para ouvir. E o pior: para um produto sobre política, com a marca Ryan Murphy, a política em The Politician é excessivamente… correta.

Politicagem

Ben Platt é um trunfo. O ator vive Payton, um jovem adotado por uma família rica e que sonha em ser presidente dos Estados Unidos. A ideia da série é justamente mostrá-lo a cada temporada numa disputa diferente, até a última, que revelaria a campanha para o almejado cargo da Casa Branca (segundo a Netflix, cinco anos seriam necessários para isso). Essa pseudo-antologia começa, então, com a briga de Payton para vencer a disputa pela presidência do grêmio estudantil do abastado High School onde estuda. O protagonista é defendido por Platt com uma segurança abismal; e com uma compreensão imensa de quem ele é também. A grande primeira alegoria exagerada de Murphy é justamente aquela que envolve os ricos. Entediados, frios, entorpecidos e conservadores, quase sempre, sem exceção. Como acontece com clichês e estereótipos, há uma boa dose de verdade nisso, mas o texto às vezes vai tão longe nessa representação que começa o efeito colateral do afastamento afetivo.

A morte de seu amigo e amante River (David Corenswet), joga Payton num abismo de desajuste sentimental que vai piorando a cada nova decisão cretina que é tomada no intuito de vencer. Os dois, que viviam um amor escondido, são resultado de uma insistente bandeira de aparências que resiste aos séculos e Murphy vai construindo a ideia de que a ligação entre péssima política e péssimos políticos, nasce no minuto em que eles escolhem não serem “de verdade”. Tudo é uma questão de fingir na realidade da série, o que encontra seu apogeu na relação entre Infinity (Zoey Deutch) e a vó Dusty (Jessica Lange) — que remete imediatamente à história de Gipsy Rose e a mãe Dee Dee Blanchard, que obrigava a filha a parecer doente para conseguir atenção e coisas gratuitas, de jantares a imóveis. Todo esse fingimento vai se estendendo para todos as tramas, indo desde a ex-prostituta vivida por January Jones até o casamento infeliz da mãe de Payton, vivida por uma carismática Gwyneth Paltrow.

Os elementos principais da série se montam no primeiro episódio de modo realmente brilhante. É impossível não pensar em Glee, não só porque esse é um ambiente adolescente (ainda que todos pareçam já ter 30 anos), mas porque se estamos numa comédia, escrita por Murphy, Falchuk e Brennan, no meio de um high school, é inevitável perceber um tom ácido no humor, que critica e ridiculariza tudo que cerca essa padronização do comportamento americano conservador. Além, é claro, de uma sequência comovente em que os talentos musicais de Platt são colocados em pauta na homenagem ao som de River, de Joni Mitchell.

Do primeiro episódio em diante a série cai numa espiral de recorrências tolas em enredos sobre disputas e competições. Para uma série de apenas oito episódios a presença de uma “barriga” narrativa é bastante alarmante. Há momentos interessantes como a brincadeira com A Garota Exemplar ou com o musical sobre tentativas de assassinar presidentes, mas com exceção do ótimo mini-episódio todo centrado num eleitor indeciso que é o retrato brutal da juventude de classe média americana, o miolo de The Politician é cansativo. Estranhamente, a promessa de satirizar a política contemporânea resultou num retrato inofensivo de como a política funciona desde sempre. As armações e extremos prometidos por um trailer caótico resultaram numa série que não foi tão longe assim. The Politician não incomoda ninguém.

Isso até chegarmos ao episódio final, esplêndido, com Judith Light e Bette Midler no centro das atenções, num contexto surpreendente, repleto de grandes possibilidades, que reúne em pouco mais de uma hora, tudo que a série não entrega na maioria dos episódios. Então, com apenas três episódios realmente notáveis (1, 5 e 8), The Politician não soa como uma oportunidade bem aproveitada. Não é uma série ruim, mas é desorganizada, incapaz de fluir com equilíbrio entre a verdade e a alegoria ou entre a ousadia e a recorrência. Aqueles que a terminam sabem que bastam esses três grandes episódios para que a série seja muito mais brilhante do que muitas que estão por aí celebrando suas zonas de conforto. Mas, estamos falando de Ryan Murphy…The Politician Em andamento (2019- ) Criado por: Ian Brennan, Brad Falchuk, Ryan Murphy Duração: 1 temporada Nota do Crítico Bom

Doutor Estranho 2 não será terror, diz Kevin Feige

Presidente da Marvel Studios descreve clima do longa

Doutor Estranho 2 não será terror, diz Kevin Feige

As primeiras descrições da sequência de Doutor Estranho, intitulada Doctor Strange in the Multiverse of Madness, indicaram um clima de suspense para o filme, mas segundo o presidente da Marvel Studios, Kevin Feige, o filme não será exatamente de terror. Em um painel na NYFA, o executivo explicou [via CBM]: 

“Multiverso da Loucura é um dos melhores títulos que nós já criamos e esta é uma das coisas pelas quais estamos animados. Eu não necessariamente chamaria de filme de terror mas… Será um filme do MCU com grandes sequências assustadoras”. 

Feige comparou o clima do filme com produções como Indiana Jones, Gremlins ou Poltergeist: “É divertido ficar assustado desta maneira, não de um jeito horroroso, torturante, mas legítimo. Scott Derrickson é muito bom nisso, algo assustador mas em serviço de uma emoção divertida”. 

Scott Derrickson retorna para a direção em Doctor Strange in the Multiverse of Madness e Benedict Cumberbatch reprisa o papel do Mago Supremo. A sequência começa a ser rodada em 2020, segundo Benedict Wong, o Wong – saiba mais. Além disso, a Feiticeira Escarlate estará presente no longa, que terá conexão com a série Wandavision.

O primeiro filme do Doutor Estranho chegou aos cinemas em 2016 e arrecadou US$ 677 milhões na bilheteria mundial.

Marianne | Crítica

Série francesa de terror da Netflix é um emaranhado de clichês altamente maratonável

Marianne

A Netflix encontrou bastante sucesso com produções de terror – assim como na época das locadoras, o gênero tem um público amplo que sempre está vasculhando o catálogo por conteúdo para consumir. Isso incentiva a plataforma a investir em séries e filmes para encher a seção com títulos de variados graus de qualidade. Marianne, seriado francês do streaming, não é nenhum destaque, mas é altamente maratonável.

A trama acompanha Emma, uma escritora de sucesso por trás de uma famosa saga literária de horror. Durante uma sessão de autógrafos, ela é confrontada por uma antiga amiga que indica que algo sombrio está a caminho e que precisa retornar à sua cidade-natal. Chegando lá, a autora é atormentada por Marianne, bruxa satanista descrita em suas histórias. Logo de cara o programa já deixa claro que se sente confortável em aproveitar conceitos batidos: toda a ideia de Criador contra Criação é frequentemente vista em narrativas sobre escritores, tendo dado as caras tudo desde contos de Stephen King, filmes de John Carpenter e até videogames, como Alan Wake.

Conforme o ritmo que avança pelos seus oito episódios, a série invoca muitos outros clichês, sejam eles relacionados à trama – como a noção de controlar um inimigo sobrenatural através do uso de seu nome real -, ou mesmo na linguagem visual, que bebe fortemente da técnica e jogo de câmera que James Wan popularizou há anos com os primeiros Sobrenatural (2010) e Invocação do Mal (2013). Considerando que o cinema de gênero sabe como torturar seu público, com exemplos brutais vindos de Mártires (2008), Raw (2016) e outros, Marianne é especialmente decepcionante na sua falta de inovação e estética genérica, provavelmente pensada para atrair o mercado internacional.

Ainda assim é um seriado realmente agradável de se assistir. Isso se dá a forma como todo o confronto é enquadrado como um mistério – ainda que de soluções previsíveis -, e também pelo foco na jornada de Emma por consertar suas problemáticas relações com praticamente todos que conhece. O quinto capítulo, por exemplo, é chamado de “You Left Her” e ambientado no passado, e contextualiza tanto a origem da assombração quanto as memórias traumáticas que moldaram a protagonista. Alguns momentos, em que há maior experimentação visual, também entregam bons jumpscares, chegando até a referenciar um momento clássico de O Exorcista III. Além disso, a sombria Madame Daugeron, interpretada por Mireille Herbstmeyer, rouba toda cena que dá as caras, por si só segurando a barra de metade da temporada.

Infelizmente, essa confiança e desenvolvimento são tímidos aqui, com a regra sendo questionar a capacidade do espectador com constantes flashbacks e diálogos explicativos, combinados com “sustos” artificiais, que tentam chocar pelo barulho ao invés de construir tensão. Marianne não é o melhor do que a Netflix ou o cinema de gênero francês conseguem fazer. A série é bastante industrializada e sem vontade de arriscar. De qualquer forma, mesmo que seus pontos altos sejam entregues à conta-gotas, o programa nunca se torna ruim ou ofensivo – apenas sem sal. É um caso em que a distribuição ajuda bastante o projeto: mesmo sendo mais ou menos, é uma boa e rápida maratona para intercalar com filmes e séries melhores.

Marianne Em andamento (2019- )

Criado por: Netflix

Duração: 1 temporada

Ragnarok | Jovem sente que se tornou um deus em prévia de série da Netflix

Produção dinamarquesa estreia em 31 de janeiro

A Netflix divulgou uma nova prévia de Ragnarok, sua nova série original da Dinamarca. Confira acima.

O drama se passa na pequena e fictícia cidade norueguesa de Edda, e envolve habitantes que não são o que dizem ser. Quando icebergs derretem em uma questão de dias, e o inverno é quente e seco, um grupo de adolescentes entra em pânico a medida que mudanças drásticas no clima começam a atingir o planeta. O grupo de amigos não tem dúvida: estes desastres naturais são sinais do apocalipse, ou Ragnarok, no idioma nórdico. Enquanto isso, um jovem sente que pode estar se tornando um tipo de deus.

A série terá seis episódios e tem criação, produção executiva e roteiro de Adam Price (Borgen). Ragnarok estreia em 31 de janeiro na Netflix.

The Mandalorian | 2ª temporada deve incluir personagens da Saga Skywalker

Previsão de estreia é para o fim de 2020

The Mandalorian | 2ª temporada deve incluir personagens da Saga Skywalker

Com a conclusão da primeira temporada de The Mandalorian nos Estados Unidos, e o anúncio do lançamento do 2º ano para o fim de 2020, já começaram as especulações para os futuros episódios da série. Em um artigo sobre o futuro da produção, a Deadline divulgou que personagens dos filmes Star Wars devem fazer aparições na nova temporada. 

“Fontes internas indicaram que diversos personagens já conhecidos da mitologia dos filmes principais da Saga Skywalker farão sua aparição no segundo ano”, escreveu o site. Nenhum outro detalhe foi divulgado. 

A trama de The Mandalorian se passa cinco anos após O Retorno de Jedi“acompanhando os percalços de um pistoleiro solitário nos confins da Galáxia, longe da autoridade da Nova República”. Anteriormente, o cocriador Dave Filoni afirmou que a produção mostrará as origens da Primeira Ordem, organização que tenta dominar a galáxia na nova trilogia de Star Wars.

O elenco conta com Pedro PascalWerner HerzogGina CaranoCarl WeathersNick Nolte e Giancarlo Esposito. Jon Favreau produz e escreve o projeto, com direção de Filoni (Star Wars Rebels).

Ainda não há data para a segunda temporada de The Mandalorian. Vale ressaltar que o serviço de streaming Disney+ ainda não está disponível no Brasil, mas deve chegar ao país em agosto de 2020 – saiba mais.

Criminal | Crítica

Antologia policial da Netflix encontra equilíbrio entre suspense e desenvolvimento de personagens, mesmo com curtas temporadas

Cena de Criminal UK/Netflix/Divulgação

Quando anunciado, Criminal parecia um projeto ambicioso demais da Netflix. Afinal, a série estava sendo vendida como uma franquia, com doze episódios separados em curtas temporadas baseadas no Reino Unido, Espanha, Alemanha e França, cada qual com seu crime específico a ser desvendado pela equipe responsável pelo interrogatório. Independente de qual país o espectador escolha como primeiro “bloco” para assistir, a tensão da sala de entrevistas é sentida e, no clima claustrofóbico criado pela limitação do cenário, o público se sente, alternadamente, nos papéis de detetive e suspeito.

Apesar de não fazer diferença, a chance de o público brasileiro começar a assistir a série pelos blocos britânico ou espanhol são grandes: o primeiro conta com nomes atraentes como David Tennant (Doctor Who, Jessica Jones, Belas Maldições e Harry Potter) e Hayley Atwell (Black Mirror e MCU) e o segundo, com a proximidade da língua. Ainda assim, as temporadas alemã e francesa também servem como ótimo ponto de partida, já que as quatro são estruturalmente parecidas, tornando a experiência de assistir Criminal mais agradável a cada episódio.

Diferentemente de outras séries policiais, a produção não acompanha as várias fases de um caso policial. O foco da série é o último interrogatório de cada suspeito, liderado por uma equipe especializada em analisar cada detalhe do crime e dos depoimentos, em busca de qualquer peça que não encaixe.  Com um roteiro preciso e bem amarrado, Criminal mostra, em quarenta minutos, um desenvolvimento completo de personagens, com suspeitos mostrando seus caráteres verdadeiros logo que uma pergunta é feita.

Mesmo acompanhando equipes de quatro a seis membros por apenas três episódios, a evolução de seus arcos é perceptível e, ao fim de cada temporada, fica claro o que cada detetive é ou não capaz de fazer para solucionar um crime. Entre as quatro séries, a alemã é a que menos aproveita seu elenco, focando nos detetives Schultz (Sylvester Groth, de Bastardos Inglórios) e Keller (Eva Meckbach) e delegando os outros personagens a meros espectadores. 

Em cada bloco, algum policial tem algo a provar: o alemão Schultz quer resolver um caso de vinte anos; a espanhola Maria (Emma Suárez, de Julieta) está perto de finalmente prender o traficante que atropelou sua irmã; a inglesa Hobbs (Katherine Kelly) tenta manter sua unidade; e a jovem francesa Audrey (Margot Banchilhon) procura o respeito de colegas mais experientes que acham que ela não merece o cargo que tem. Mesmo que os resultados não sejam alcançados, ver o que e como se forma a personalidade de cada um ao final de cada parte da antologia policial é um sentimento satisfatório, especialmente pelo fato de a série se conter para não exagerar em desnecessários diálogos expositores.

O cenário claustrofóbico também é outro ponto forte da série. Idêntico nos quatro países, o set de Criminal é composto da sala de interrogatório, a antessala atrás do vidro espelhado e do corredor que liga as duas ao elevador. Essa similaridade garante que não haja estranheza, por exemplo, ao mudar de uma série para a outra, tornando a troca natural. Já não bastasse o espaço limitado da produção, os closes em monólogos – de detetives e suspeitos – faz com que seja impossível se identificar com apenas um lado. As reações a cada nova prova apresentada ou resposta atravessada de advogados torna o cenário uma verdadeira panela de pressão e faz com que 40 minutos de série passem voando.

Com uma premissa um pouco assustadora para quem já está acostumado a seguir séries policiais, a antologia é um sopro de ar fresco no gênero e um investimento bem pago do espectador e do streaming. Se a Netflix teve pequenos problemas com a crítica de suas produções originais recentemente, Criminal prova que a plataforma ainda tem fôlego – e ideias – de como produzir TV de alta qualidade.

Criminal Em andamento (2019- )

Criado por: Jim Field Smith, George Kay

Duração: 1 temporada

A jornada de Brie Larson até Capitã Marvel

Vencedora do Oscar protagonizou primeiro filme solo de heroína da Marvel

Um dos maiores sucessos do ano foi Capitã Marvel. Brie Larson se tornou a primeira heroína da Marvel a ganhar um filme solo, mas como foi a jornada dela para virar a personagem? 

A carreira de Larson começou cedo, com seus primeiros papéis chegando quando tinha apenas 9 anos. Seu primeiro papel de destaque foi na série Raising Dad, ao lado de Kat Dennings (Thor), mas a produção foi cancelada após uma temporada. As dificuldades na carreira das telas, no entanto, serviram seu propósito. Em 2003, depois de não conseguir o papel de Wendy na nova versão de Peter Pan para os cinemas, Larson escreveu a canção “Invisible Girl”, que acabou lhe rendendo um contrato com Tommy Mottola na Casablanca Records. Seu álbum, Finally Out of P.E., de 2005, chegou a receber certa atenção na MTV e na Billboard, mas vendeu apenas 3.500 cópias. 

Larson concorreu por um papel em Juno, mas foi na série protagonizada por Toni Collette, United States of Tara, que ela conseguiu sua nova chance. A atriz permaneceu na série por suas três temporadas, chamando atenção da indústria e caminhando de modo mais firme ao estrelado. Os créditos na série, assim como seu talento musical, contribuíram para o sua primeira grande personagem, que viria em 2011: Envy Adams em Scott Pilgrim Contra o Mundo.

Apesar de não ter sido um sucesso comercial, o filme de Edgar Wright foi um dos pontos de virada na carreira de Larson, que passou a se dividir entre dramas independentes, como Um Tira Acima da Lei e O Problema de Morris Bliss, com filmes de maior alcance como Anjos da Lei. Em paralelo, Larson ainda trabalhava como corroteirista e codiretora de curtas-metragem.

Seu primeiro papel como protagonista veio com Temporário 12 (2013), que lhe rendeu uma indicação como Melhor Atriz no Independent Spirit Awards. Dois anos depois, em 2015, chegava a hora da sua consagração definitiva, como protagonista do drama O Quarto de Jack. O papel da jovem raptada que se torna mãe em cativeiro lhe rendeu todos as principais honrarias da temporada de premiações de 2016, incluindo o Oscar de Melhor Atriz. Isso colocou a jovem no radar da Marvel. 

A atriz admite que não foi fácil aceitar a ideia de se tornar uma heroína no cinema, dizendo que foi até difícil dar uma resposta ao estúdio: “Optar por fazer um filme como esse não muda apenas a minha vida. Também muda a vida da minha família, do meu parceiro, dos meus amigos. Então é preciso considerar tudo com cuidado, especialmente porque sou introvertida”. 

Por sorte ela aceitou o desafio e se tornou uma das heroínas mais poderosas do Universo Marvel. O filme arrecadou mais de US$ 1 bilhão de dólares ao redor do mundo e a heroína deve ser uma das líderes da nova fase dos Vingadores no cinema. 

Syd Mead, artista por trás do visual de Blade Runner e Aliens, morre aos 86 anos

Designer é reconhecido por trabalhos na ficção-científica

Syd Mead, artista por trás do visual de Blade Runner e Aliens, morre aos 86 anos

Syd Mead, designer e artista conceitual por trás do visual de clássicos do cinema como Blade Runner e Aliens, o Resgate, morreu hoje (30) aos 86 anos. Segundo a Variety, Mead faleceu por complicações de um linfoma.

Originalmente um artista da indústria automobilística, Mead começou a se envolver com cinema como ilustrador no primeiro longa de Star TrekJornada nas Estrelas: O Filme, em 1979. Em 1982 ele trabalhou como futurista visual em Blade Runner: O Caçador de Androides, produção na qual foi responsável pela criação das cidades e veículos. 

Seu trabalho como artista e futurista marcou outros longas de destaque como Tron: Uma Odisseia Eletrônica, de 1984, Aliens, o Resgate, de 1986. Mais recentemente ele também colaborou no design de filmes como Missão: Marte, Missão: Impossível 3 e Elysium

Seu último trabalho no cinema foi em Blade Runner 2049.

Inacreditável | Crítica

Minissérie policial da Netflix combina perspectiva de vítima de abuso sexual e das investigadoras do crime para criar retrato fiel do descaso e ineficiência do sistema

Meritt Wever e Toni Colette em Unbelievable, da Netflix

[Aviso: assim como a série, o texto abaixo cita e discute violência sexual]

A indústria de entretenimento tem um grande fascínio por crime desde sua concepção mas, recentemente, foi tomada for uma verdadeira febre de contos baseados em ocorrências reais, o subgênero do suspense chamado de True Crime. Essa obsessão não é de todo estranha: afinal, entender o pior de nossa espécie nos ajuda a ser melhores.

Nada exemplifica isso melhor do que Inacreditável, minissérie da Netflix que adapta o premiado artigo da ProPublica sobre um caso de abuso sexual ignorado pela polícia na época, mas que servia como ponto-chave para capturar um agressor em série. Assim como a reportagem, o programa é dividido em duas partes. A primeira delas se passa em uma cidade de Washington, no ano de 2008, e acompanha Marie Adler (Kaitlyn Dever), sobrevivente que é desacreditada pela polícia de seu estado, marcando sua vida para sempre. Já a segunda acontece em 2011, no Colorado, e mostra duas investigadoras na cola de um abusador em série.

Arcos diferentes trazem abordagens diferentes, e o de Marie é particularmente impactante. Os argumentos do seriado não são inéditos, com sobreviventes e ativistas há décadas alertando sobre os perigos de contestar e pressionar as vítimas em um momento tão sensível e traumático. Por isso, a produção opta pela imersão ao despertar no espectador a fragilidade e desespero causados pela forma com que o despreparado sistema policial e jurídico trata as pessoas que sofrem esses crimes. Isso acontece logo no piloto, quando a garota é forçada a recontar sua experiência inúmeras vezes, para diferentes agentes da lei – cada vez mais hostis, céticos e menos inclinados a oferecer apoio. Daí em diante as coisas só pioram para Marie, e vê-la perdendo amigos, família e oportunidades em função de ter sido publicamente marcada pelo trauma é de embrulhar o estômago. Inacreditável sabe como chocar seu público sem nunca se render ao sensacionalismo, violência explícita ou desrespeitar seu objeto de estudo.

Já o outro arco funciona mais como uma série policial, acompanhando as detetives Karen Duvall (Merritt Wever) e Grace Rasmussen (Toni Collette) juntando forças ao verem conexão entre casos recentes de abuso sexual. Esse lado se conduz de forma mais tradicional e argumentativa do que prática, mas é igualmente forte. Muito disso se dá pela excelente dinâmica entre as duas, com Duvall sendo mais reservada e calculista, enquanto Rasmussen fala o que pensa. O roteiro se saí muito bem aqui ao não só acertar na parceria das duas, como também criar bastante tensão na caçada ao abusador serial.

As atuações são um dos pontos mais fortes da obra. Kaitlyn Dever, que continua sua ascensão após o enorme sucesso de Fora de Série (2019), se entrega de corpo e alma para fazer jus ao peso que Marie carrega por toda a sua vida. Já Toni Collette – do excelente Hereditário (2018) – combina carisma e ameaça em uma policial que é durona e bastante humana ao mesmo tempo. O verdadeiro destaque, porém, é Meritt Wever. A atriz foi de interpretar Denise nas piores temporadas de The Walking Dead, para protagonizar sua própria minissérie, em um papel que não tem muitas palavras, mas que exige performance física simultaneamente intensa, se comunicando através de seus olhares. Wever tira isso, e os momentos mais espontâneos de sua personagem, de letra.

Mas o que realmente faz tudo funcionar é a união de tudo. Inacreditável uma série verdadeiramente densa, que encaixa uma nova faceta do problema a cada nova situação e diálogo – desde citar a relação entre violência doméstica e abuso sexual, até a epidemia de casos do tipo em campus universitários. O seriadousa ao máximo o potencial do meio televisivo para pintar um retrato mais fiel e honesto da ineficiência de um sistema que não só faz o mínimo para proteger sobreviventes, como também se esforça muito para manter-se inerte. E o programa não tem medo de discursar seu subtexto com todas as letras. Durante uma sessão de terapia, a psiquiatra de Marie ouve sua história e pontua a dor da garota: “Basicamente, você foi agredida duas vezes”, ela afirma. “Uma pelo agressor, e a outra pela polícia”.

Inacreditável Em andamento (2019- )

Criado por: Susannah Grant, Michael Chabon, Ayelet Waldman Duração: 1 temporada