Jornada do Herói | Ato III – Estrada de volta – Rededicação à mudança pt3

10.3 A Estrada de Volta

As necessidades do herói o ajudam a voltar para casa. Ele precisa encontrar seu caminho de volta. Muitas vezes, uma cena de perseguição está envolvida.

Nessa última seção do último filme da trilogia, Bruce está trancado na prisão e é forçado a assistir a destruição de sua própria cidade. Ele precisa encontrar seu caminho de volta, consertando seu corpo e seu espírito, ao declarar que o medo é quem o tem levado desde o início.

Ele recebe a ajuda de colegas de cela que lhe ensinam que um homem não pode viver sem dor e medo, que ele deve conviver com eles, porque isso é o que torna a vida digna de ser vivida. Bruce finalmente realiza a escalada e volta para casa, onde ele junta forças com Selina e Blake.

 

 

The Walking Dead tem episódio sem ação, mas com trama boa que encaminha a narrativa

Como é bom viver sob a ditadura de Negan!

“Hostiles and Calamities”, o 11º episódio da sétima temporada de The Walking Dead, foi um bom exemplo de como pode-se viver bem sob a ditadura de Negan (Jeffrey Dean Morgan). Apesar de ter uma toada um pouco mais lenta, o capítulo encaminha muito bem a trama, entrelaçando bem os núcleos com as interações entre Eugene (Josh McDermitt) e toda a equipe de Negan. Além disso, fica claro onde reside a lealdade do doutor sequestrado: quem quer que o trate melhor.

Falando sobre Eugene, vale apontar que ele é um dos personagens mais bem construídos da série. Desde quando ele fazia parte do grupo de Abraham (Michael Cudlitz), antes deles se juntaram a Rick (Andrew Lincoln) e a turma, o cientista mentia e manipulava seus colegas na intenção de sentir-se importante, de ser necessitado. Sendo assim, quando chega a oportunidade correta e seus atributos intelectuais são realmente reconhecidos, Eugene não pensa duas vezes e aproveita a oportunidade de se colocar numa posição superior.

Ingênuo, porém, ele não percebe que tudo o que faz para Negan e vice-versa pode acabar sendo uma faca de dois gumes. Tendo visto o que o líder dos Salvadores fez com o antigo médico da comunidade, Eugene sente-se empoderado, como se não pudesse sofrer o mesmo destino por ser “indispensável”, mas é aí que ele se engana. E talvez seja exatamente a confiança de Eugene que pode acabar com seu conforto.

Dwight (Austin Amelio), por sua vez, parece já ter passado pelo processo de adaptação que Eugene ainda precisa vivenciar. O capanga de Negan entende como o líder pensa e se aproveita de fraquezas no sistema para garantir que ele e sua esposa Sherry (Christine Evangelista) saiam ilesos, mas não tem medo de culpar um de seus colegas e trocar a vida dele pela sua própria.

Apesar de apresentar uma boa trama, no entanto, o capítulo parece estar fora de ordem. Por tratar também da fuga de Daryl (Norman Reedus), um assunto que já evoluiu tanto do outro lado, escolher esse momento para mostrar o que houve com Eugene é atrasado. Por muitas vezes, parece até que Negan deixou o assunto passar, mesmo que Daryl não possa ficar muito tempo em um mesmo lugar.

Ainda assim, “Hostiles and Calamities” foi um bom episódio que não precisou de muita ação para funcionar. Com mais cinco episódios pela frente, The Walking Dead está corrigindo alguns dos erros que cometeu na primeira metade e realmente alavanca a trama, preparando o terreno para a guerra que está por vir.

Oscar 2017 | Prévia da audiência mostra queda nos números

Números de 2016 também apresentaram queda

Seguindo o exemplo de 2016 – saiba mais – as prévias mostram uma queda na audiência do Oscar 2017 (via THR). Os números revelam uma baixa de 4% em relação ao ano anterior.

A cerimônia foi uma das maiores dos últimos 10 anos, com três horas e 49 minutos, por conta do problema no final com o anúncio equivocado de La La Land – Cantando Estações como Melhor Filme, no lugar do verdadeiro ganhador, Moonlight – Sob a Luz do Luar. Apesar disso, a audiência não aumentou nem diminuiu no final, permanecendo constante durante todo o período de exibição.

O Oscar perdeu muitos espectadores nos últimos anos – cerca de 10 milhões entre 2014 e 2016 – mas continua sendo lucrativo para a emissora americana ABC, que tem contrato de exibição até 2028.

O.J.: Made in America | Crítica

A história dos EUA nos últimos 50 anos, através do seu julgamento mais famoso

O.J.: Made in America é um filme ou uma série? O documentário foi exibido em festivais, dividido em episódios pela ESPN, grupo responsável pela produção da obra, e agora está indicado ao Oscar, com boas chances de vencer. Responder essa pergunta é difícil, mas independente da resposta que você prefira uma coisa é certa. Essa é uma das grandes obras investigativas dos últimos anos.

O que o diretor Ezra Edelman faz em O.J.: Made in America é contar a história dos Estados Unidos nos últimos 50 anos – a tensão racial que existe no país desde sua independência, a adoração cega por celebridades, a transformação constante de assuntos sérios em espetáculos – através da lente de uma de suas figuras mais polêmicas, Orenthal James Simpson, ou O.J. Simpson.

Astro do futebol americano universitário, primeiro running back a alcançar a impressionante marca de 2 mil jardas numa temporada da NFL e um dos primeiros atletas a entrar de cabeça no mundo dos comerciais e entretenimento, transformando-se em em garoto-propaganda e ator. Mas tudo isso mudou em junho de 1994, quando ele foi acusado de assassinar sua ex-esposa, Nicole Brown Simpson, e um amigo dela, Ron Goldman. Daquele momento em diante, O.J. passou a ser o protagonista de um dos casos mais polêmicos e importantes da história norte-americana. E isso não é hipérbole.

Como Edelman e os produtores da ESPN demonstram durante 7 horas e 47 minutos de documentário, este julgamento virou algo muito maior. O Povo v. O.J. Simpson não era o único confronto acontecendo ali. Era o departamento de polícia de Los Angeles contra atvisitas, brancos contra negros e muito mais.

À primeira vista, parece que O.J.: Made in America está contando duas histórias. As primeiras horas do documentário mostram a ascensão de Simpson como jogador na Universidade da Califórnia do Sul (USC), sua explosão chegada à NFL e sua transformação numa marca. Ao mesmo tempo, vemos como a questão racial da cidade de Los Angeles (e de todo os Estados Unidos) se tornou cada vez mais preocupante. Policiais foram filmados batendo de forma brutal em negros, atletas faziam manifestações em palcos olímpicos… mas O.J. sempre ficava longe disso.

A forma como essas duas histórias se cruzam e as consequências trágicas que isso traz para o julgamento de O.J. é exatamente onde o documentário se torna algo especial. Edelman e companhia vão, aos poucos, ligando os fatos e criando a grande narrativa da sociedade norte-americana do século 20. Fama, dinheiro, racismo, morte. É algo digno de uma adaptação para o cinema e TV (algo que aconteceu recentemente minissérie vencedora de Emmy do FX, The People vs. O.J. Simpson: American Crime Story), mas que não deixam de serem fatos. Made in America, felizmente, trata os acontecimentos com a seriedade necessária. Acima de tudo, há um grande trabalho jornalístico feito no documentário.

Todos os lados do confronto – O.J., a família das vítimas, a comunidade negra dos EUA, o departamento de polícia de Los Angeles – são apresentados como iguais. Seus argumentos são convincentes e tratados com a mesma seriedade. No fim das contas, Edelman apresenta todos como vilões. Ninguém sai vencendo aqui porque é exatamente isso que aconteceu. Ele julga e condena os Estados Unidos.

Felizmente, isso não acontece com rancor e orgulho. A vida real não é preta e branca, e a ESPN deve ser elogiada por não ter sensacionalizado este caso, algo que milhões de americanos – inclusive dentro do sistema judicial – fizeram ao longo dos anos. Não se surpreenda se você mudar de lado algumas vezes durante essa longa narrativa. O veredito é dado simplesmente por fatos.

Entretanto, Edelman quebra a imparcialidade em apenas uma questão. Há um lado que o diretor nunca toma, e é o do próprio Simpson. A forma como ele apresenta a decisão do júri – de que O.J. não era o assassino – dá a entender que o cineasta, por sua vez, o vê como culpado. Made in America não toma um lado em nenhum dos outros confrontos que documenta, exceto aqui, mas isso não é um problema. Primeiro porque por mais que o assunto tenha sido debatido ao extremo na época, hoje, 20 anos depois, é possível analisar o caso com uma perspectiva única e chegar a uma conclusão. Além disso, em nenhum momento o documentário dá esse veredito de forma explícita, permitindo que o espectador escolha de que lado ficar.

Além da excelência jornalística e investigativa, O.J.: Made in America também constrói suas narrativas com maestria. Pela montagem e estrutura do documentário, Edelman consegue mostrar bem porque existe um fascínio enorme ao redor de Simpson. Não há como negar que esse caso tem uma forte atração e, tanto na vida real quanto no filme, o clímax de tudo é o julgamento. A forma com a qual Made in America demonstra o desenrolar da história no tribunal é tão boa, que as longas horas da obra passam rapidamente enquanto somos fisgados, com olhos e ouvidos atentos, da mesma forma que os americanos foram nos anos 90.

O.J: Made in America vai se tornar exibição obrigatória em círculos de jornalismo, cinema e esportes. É um exemplo a ser seguido por sua profundidade investigativa, imparcialidade diante de fatos e comentário social sobre as falhas dos Estados Unidos e seu fascínio por celebridades, esportes e sensacionalismo. Vistas como série ou como filme, as quase oito horas dessa obra são uma das experiências mais viscerais que um documentário pode causar.

O.J.: Made in America (2016)
(O.J.: Made in America)
  • País: Estados Unidos
  • Classificação: Não definido
  • Estreia: 4 de Julho de 2016
  • Duração: 7h47 min.

Nota do crítico:5cerejas(Excelente)

Minecraft ultrapassa 121 milhões de cópias e se torna o segundo jogo mais vendido da história

Primeiro lugar é do clássico Tetris

A Microsoft divulgou que Minecraft ultrapassou a marca de 121 milhões de cópias vendidas, se tornando o segundo game mais vendido da história (via EuroGamer). O primeiro lugar é do clássico Tetris, com 495 milhões. A conta oficial do game comemorou os números

 Minecraft foi criado em 2009. O jogo de mundo aberto tem versões para PCXbox OnePlayStation 4Wii UPlayStation VitaXbox 360PlayStation 3Android, iOSWindows Phone e até Raspberry Pi. O título também já ultrapassou a marca de 100 milhões de unidades vendidas.

Contos da Cripta | M. Night Shyamalan fala sobre o retorno da série em primeiro teaser

Programa chegará à TNT ainda em 2017, sem data definida

Foi divulgado o primeiro teaser da nova versão de Tales from the Crypt (Contos da Cripta). Confira cenas da nova série no vídeo abaixo, que conta também com um depoimento de M. Night Shyamalan:

Produzida por Shyamalan, a nova versão de Contos da Cripta terá dez episódios e é planejada para 2017. Apesar disso, ainda não há data de lançamento.

Oscar 2017 | And The Oscar Goes To… | Conheça os vencedores

Moonlight levou o principal prêmio da noite depois de uma pequena confusão

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou no domingo, 26 de fevereiro, os vencedores à 89ª edição do Oscar. A cerimônia que revelou os melhores do cinema foi apresentada por Jimmy Kimmel (Jimmy Kimmel Live!).

Moonlight: Sob a Luz do Luar foi premiado como Melhor Filme depois de uma pequena confusão que levou Warren Beatty e Faye Dunaway a anunciarem erroneamente que La La Land: Cantando Estações havia ganhado.

Melhor Filme

Melhor Diretor

Melhor Atriz

Melhor Ator

Melhor Ator Coadjuvante

Melhor Atriz Coadjuvante

 Melhor Roteiro Original

 Melhor Roteiro Adaptado

Melhor  Animação

 Melhor Documentário em Curta-Metragem

  • Extremis
  • 4.1 Miles
  • Joe’s Violin
  • Watani: My Homeland
  • Os Capacetes Brancos

Melhor Documentário em Longa-Metragem

  • Fogo no Mar
  • Eu Não Sou Seu Negro
  • Life, Animated
  • O.J.: Made in America
  • 13ª Emenda

 Melhor Longa Estrangeiro

  • Terra de Minas (Dinamarca)
  • A Man Called Ove (Suécia)
  • O Apartamento (Irã)
  • Tanna (Austrália)
  • Toni Erdmann (Alemanha)

Melhor Curta-Metragem

  • Ennemis Intérieurs
  • La Femme et le TGV
  • Silent Nights
  • Sing
  • Timecode

Melhor Curta em Animação

  • Blind Vaysha
  • Borrewed Time
  • Pear Cider and Cigarettes
  • Pearl
  • Piper

Melhor Canção Original

  • “Audition (The Fools Who Dream)” | Música de Justin Hurwitz, canção de Benj Pasek e Justin Paul – La La Land: Cantando Estações
  • “Can’t Stop the Feeling” | Música e canção de Justin Timberlake, Max Martin e Karl Johan Schuster – Trolls
  • “City of Stars” | Música de Justin Hurwitz, canção de Benj Pasek e Justin Paul – La La Land: Cantando Estações
  • “The Empty Chair” | Música e canção de J. Ralph e Sting – Jim: The James Foley Story
  • “How Far I’ll Go” | Música e canção de Lin-Manuel Miranda – Moana: Um Mar de Aventuras

Melhor Fotografia

Melhor Figurino

Melhor Maquiagem e Cabelo

Melhor Mixagem de Som

Melhor Edição de Som

Melhores Efeitos Visuais

Melhor Design de Produção

  • Patrice Vermette (design de produção) e Paul Hotte (decoração de set) – A Chegada
  • Stuart Craig (design de produção) e Anna Pinnock (decoração de set) – Animais Fantásticos e Onde Habitam
  • Jess Gonchor (design de produção) e Nancy Haigh (decoração de set) – Ave, César!
  • David Wasco (design de produção) e Sandy Reynolds-Wasco (decoração de set) – La La Land: Cantando Estações
  • Guy Hendrix Dyas (design de produção) e Gene Serdena (decoração de set) – Passageiros

Melhor Montagem

Melhor Trilha Sonora

Confira abaixo a lista completa com os vencedores em negrito:

Jornada do Herói | Ato III – Estrada de volta – Rededicação à mudança pt2

10.2. A Estrada de Volta (A Luta Mágica)

Algo está ameaçando a recompensa que o herói recebeu. Algo ameaça tomar de volta tudo o que criou a paz, normalmente uma força maior do que se pode esperar.

Bruce é convencido a voltar ao mundo por Blake e os outros que veem que algo está por vir, algo que está ameaçando Gotham. Bruce percebe que Batman deve retornar, porém ele encontra um homem muito mais forte e poderoso para este velho herói lutar.

Batman é quebrado espiritualmente e fisicamente por Bane e jogado de volta em uma prisão, em paralelo com o início de sua jornada.

Você pode acessar todas as etapas usando a tag Jornada do Herói, ou também acessando abaixo os links correspondentes as etapas anteriores:

Jornada do herói, ato I, mundo comum

Jornada do herói, ato 1, o chamado à aventura

Jornada do herói, ato I, recusa ao chamado

Jornada do herói, ato I, encontro com o mentor

Jornada do herói, ato II, cruzamento do limiar

Jornada do herói, ato II, testes, aliados e inimigos

Jornada do herói, ato II, aproximação da caverna profunda

Jornada do herói, ato II, aproximação da caverna profunda(abordagem)

Jornada do herói, ato II, provação

Jornada do herói, ato II, recompensa

Jornada do herói, ato III, estrada de volta(recusa do retorno)

Oscar 2017 | Academia presta homenagem aos 50 anos de Bonnie & Clyde: Uma Rajada de Balas

Astros do clássico de 1967 apresentam prêmio de melhor filme

Nos minutos finais da 89ª cerimônia de entrega do Oscar, em meio à expectativa pela vitória (ou não) de La La Land (ou de Estrelas Além do Tempo), a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood vai prestar um tributo ao longa-metragem que, há 50 anos, mudou os rumos do cinema americano, conduzindo-o à “maioridade”: Bonnie & Clyde, de Arthur Penn, aqui lançado como Uma Rajada de Balas. Em homenagem a este cult que abriu espaço para uma nova representação da juventude e da violência nos Estados Unidos, a Academia convidou seus astros, Faye Dunaway e Warren Beatty para apresentarem a categoria mais esperada da noite.

Orçado em US$ 2,5 milhões, Bonnie & Clyde: Uma Rajada de Balas arrecadou cerca de US$ 70 milhões em seu lançamento ao retratar a história de amor e tiros entre dois criminosos que assolaram as páginas policiais americanas nos anos 1930. Bonnie Parker era uma garçonete que caiu de amores por um ex-presidiário, Clyde Barrow, que promove assaltos no interior daquele país. O filme de Penn tratava os dois de maneira romanceada, quase como anti-heróis libertários. A produção foi premiada com os Oscars de melhor fotografia e melhor atriz coadjuvante (Etelle Parsos). Foi ali que o ator Gene Hackman, aposentado desde 2004, despontou para a fama.

Embora Penn tivesse raízes na TV, tendo sido um colaborador essencial à criação da teledramaturgia dos EUA, foi na tela grande que ele se tornou um revolucionário. Seu Bonnie & Clyde é fruto de uma hemodiálise poética da imagem. Para entendê-la é necessário voltar no tempo. Houve uma vez um verão, o de 1967, no qual o cinema americano engajou-se numa bossa nova para seus padrões, diante de Uma Rajada de Balas, de Arthur Penn, e de A Primeira Noite de um Homem, de Mike Nichols. Em ambos, dois diretores com experiências em outras mídias (o primeiro da TV, o segundo do teatro) contextualizaram a juventude dos EUA sob uma ótica alarmista de percepção do cerceamento moral e da violência das instituições, seja pela caretice da Família seja no chumbo quente do Estado. Dali pra frente, a filmografia do Tim Sam tomou uma curva à esquerda, imbuindo-se do espírito cinemanovista – aquele que pariu François Truffaut, embalou Bernardo Bertolucci, ninou Roman Polanski, pôs Glauber Rocha para arrotar – para tirar cascas das feridas nas veias abertas da América profunda.

Naquele momento, uma trupe surgiu com uma proposta de engajamento social, político, comportamental e estético. Entre eles estavam Francis Ford Coppola (O Poderoso Chefão), Martin Scorsese (Taxi Driver), Peter Bogdanovich (A Última Sessão de Cinema), Bob Rafelson (Cada Um Vive Como Quer), Michael Cimino (O Franco-Atirador), Bob Fosse (Cabaret), Jerry Schatzberg (O Espantalho), Hal Ashby (Muito Além do Jardim), a esquecida Elaine May (O Rapaz Que Partia Corações), George Lucas (Star Wars – Episódio IV: Uma Nova Esperança) e um certo Steven Spielberg (o do Tubarão e de Contatos Imediatos do 3º Grau). E ponha ao lado deles um documentarista de peso como Peter Davis (Corações e Mentes) e ficionistas mais velhos, como Robert Altman (M.A.S.H.), John Cassavetes (Maridos), Monte Hellman (Briga de Galo), Sidney Lumet (Serpico) e Sydney Pollack (A Noite dos Desesperados). Embora muito esqueçam, foi aí que Woody Allen (Bananas) apareceu. E essa patota trouxe para o primeiro plano da tela as varizes éticas que impediam a oxigenação do sangue americano.

Eles eram os chamados Easy Riders, em referência ao filme homônimo de Dennis Hopper, lançado em 1969 e tido como a carta de intenções de uma nova poética fílmica desesperada pelas chagas de sua pátria. Essas chagas eram, em geral, políticas e sociais – com destaque para a exclusão dos pobres e o dos imigrantes e o massacre dos ragazzi fãs de Beatles e Rolling Stones mortos no Vietnã. Mas também havia as chagas da própria imagem, ou seja, a impotência que o próprio cinema teve de deflagrar uma revolução a partir de sua habilidade de (re)interpretar o mundo ao colocar sua memória em movimento.

É a essa fatia da História que a Academia vai dizer “Amém!” esta noite, quando fizer Bonnie rever Clyde.